Simbiótico

sexta-feira, junho 02, 2006

As férias sempre acabam

Foram quinze dias proveitosos.

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Além de viajar pra Balneário, também estive em Floripa, visitando o Ciro, meu bróder do peito e comparsa de festas. Conheci pessoalmente a UFSC. Marcamos presença na famosa‘Festa no Iate’. Foram R$ 10,00 bem pagos. O lance é assim, o iate vai até uma certa distância e fica parado no meio do mar para que você possa desfrutar de uma das melhores vistas panorâmicas da ilha. É, essas festinhas universitárias da UFSC são bem criativas, são bem fascinantes.

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Conversei com um chileno, o Seu Pablo, refugiado em Santa Catarina desde 1975. Ditadura Militar, Pinochet, 1973. Putaqueopariu, o velho é um livro de história ao vivo. É uma pena um senhor desses ficar três anos na fila do INSS tentando se aposentar.

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Mais gente. Falei do estrangeiro, agora é a vez do evangélico. Por sorte do destino, foi parar na Igreja do Evangelho Quadrangular aos 23 anos, quando estava à beira da morte. Bebia demais. Nas nossas conversas falava de um pastor que ‘pregava muito’.
Dizia ele numa delas: “Começou a pregar para oitenta, depois trezentos, oitocentos, mil, dois mil, quatro mil! Já pregou em vários países da África, agora vai para a Europa!”. Será esse pastor pregador o novo messias?

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Sebos também. Garimpei praticamente todos em Balneário. Foram algumas horas à procura de clássicos que me agradaria muito devorar e mais algumas obras que preciso ler para o vestibular. Enalteceu meus olhos o ‘Romance Negro’ do Rubem Fonseca, que custou a pechincha de R$ 3,00. A biografia de Machado de Assis também saiu pelo mesmo preço. E ainda comprei outros não-literários, mas como o mesmo poder de fogo. Dá pra achar muita coisa boa nos sebos, mas clássicos no nível de Dostoievski, são raros. É aquela velha lei da oferta e procura: o que é bom sai bem rápido.

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Pra finalizar, os clássicos.Pois bem, não os encontrei nos sebos, mas eles chegaram até mim. O que me deixou intrigado foi o local: no lado da lixeira de um prédio próximo a casa do meu tio, estava uma pilha com 20 livros. Não tive vergonha de levá-los para casa porque entre eles tinha ‘Noites Brancas’ de Dostoievski, ‘A manhã de um senhor’ de Tolstoi, além de Shakespeare e Oscar Wilde.
Absurdo? Concordo. Talvez fossem apenas tranqueiras juntando pó e uma ricaça – imagino ser mulher – teve essa “genial idéia” de joga-los justamente no lixo. Mas de qualquer forma, a casa agradece pelo Dostoieviski.

segunda-feira, maio 22, 2006

Cidades, praia e gente

Findou-se mais um dia de ócio. Só mais um. Agora é começo de madrugada. Me acompanha nessa empreitada, um volumoso caneco de café. Sei que não vou acordar com o som do despertador às 07:30 da manhã. Estou de férias.
O grande barato das madrugadas é o silêncio. O telefone não toca incessantemente, ninguém perturba, o barulho dos carros não irrita. O silêncio tem esse poder: abre lacunas no cérebro. Preencho pensando vagamente em cidades e gente.
Estou em Balneário Camboriu. Gosto daqui porque é uma cidade cosmopolita. De puta a modelo, de argentino a uruguaio, de muambeiro a salafrário. É gente de todos os jeitos, de todas as maneiras. Gosto de ser um desconhecido no meio da massa.
Penso em Curitibanos. O grande defeito de cidades pequenas do interior é que a maioria dos habitantes te conhecem. Cruzei com um travesti, ontem. Cidadãos exóticos como esse, “não se criam” por lá. A população quer saber o que você faz da vida, quem são os teus amigos, qual é o teu sobrenome. Todos se conhecem, mas “aparencialmente”, superficialmente.
Talvez aqui não seja tão diferente assim. Mas as pessoas que você cruza no seu dia-a-dia são desconhecidos. Um turista, aposentado, morador. É apenas mais um na rua.
Final de tarde, vou à praia para ver aquela imensidão de mar. E me sinto na “Beira Mar”, do Zé Ramalho: “Além, muito além onde quero chegar/ Caindo a noite me lanço no mundo/ Além do limite do vale profundo/ Que sempre começa na beira do mar.” Metade das minhas férias já se foram.

quinta-feira, maio 04, 2006

Seção lembrados e achados

Finalmente, velho Buk.

Fuçando você encontra preciosidades como esta: Mulheres – Charles Bukowski.


Acabou o café?

sexta-feira, março 03, 2006

Eu não sei...

Perder uma pessoa querida torna qualquer homem, antes de tudo, um covarde. Eu não entendo muito bem esse lance de destino, mas ele conduziu minha Vó Alzira para o descanso eterno. Eu também não sei bem por que o sabor da saudade é carregar consigo a dor da ausência...

Fale comigo antes de catar qualquer coisinha por aqui.